COC – Centro de Oncologia Campinas

Câncer de Corpo de Útero (Câncer de Endométrio)

O câncer de corpo do útero, também chamado de câncer de endométrio é mais frequente em mulheres acima dos 60 anos e na fase pós-menopausa. Apenas 20%, ou menos, das mulheres com câncer de endométrio estão na fase de pré-menopausa. Menos de 5% estão abaixo dos 40 anos de idade. O câncer de endométrio é um tumor altamente curável na maioria das mulheres.

Estatística

A estimativa de casos no Brasil para o ano de 2020 foram de 6.540 novos casos, com um número de mortes para o ano de 2019 de 1.936.

Tipos

Carcinoma endometrioide: É o tipo mais comum, responsável por 80% a 90% dos casos. Ele se forma a partir das glândulas presentes no endométrio e costuma ser pouco agressivo.

Carcinoma seroso-papilífero: Representa o segundo tipo mais comum: aproximadamente 8% de todos os tumores endometriais. Apresenta maior agressividade e maiores chances de metástases, exigindo tratamentos mais radicais.

Carcinoma de células claras: É responsável por 1% a 3% dos casos. Costuma ser mais agressivo, mesmo quando diagnosticado em fase precoce.

Sarcomas: Correspondem a aproximadamente 3% a 5% dos tumores do corpo do útero. Originam-se na musculatura do corpo uterino (miométrio) ou no tecido que sustenta o endométrio (estroma). Em geral, são mais resistentes à quimioterapia e à radioterapia. Os sarcomas uterinos podem ser divididos nos seguintes subtipos: leiomiossarcoma, carcinossarcoma, sarcoma indiferenciado, sarcoma estromal e adenossarcoma.

Fatores de Risco:

Os principais fatores de risco são:

  • obesidade
  • menarca precoce
  • menopausa tardia
  • reposição hormonal com estrogênio de forma prolongada
  • síndrome do ovário policístico
  • nunca ter tido filhos
  • tratamento com tamoxifeno (usado no tratamento do câncer de mama)
  • diabetes mellitus
  • pressão alta
  • histórico familiar de síndrome de Lynch ou de câncer colorretal hereditário não polipose (HNPCC)

Para diminuir o risco de câncer no endométrio é recomendado manter o peso adequado, praticar atividade física regularmente, adotar alimentação equilibrada e discutir com o médico riscos e benefícios do uso de estrogênios de forma isolada e prolongada para melhora dos sintomas da menopausa.

Prevenção

Existem alguns fatores que podem ser considerados como preventivos para o câncer de corpo de útero:

  • engravidar
  • prática de atividade física
  • manter o peso corporal saudável

Sinais e Sintomas:

Mulheres com lesões pré-cancerígenas ou com câncer de colo do útero em estágio inicial geralmente não apresentam sintomas. Os sintomas muitas vezes não começam até que a doença se torne invasiva e acometa os tecidos próximos. Quando isso acontece os sintomas mais comuns são:

  • Sangramento vaginal anormal.
  • Sangramento menstrual mais prolongado que o habitual
  • Secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue.
  • Sangramento após a menopausa.
  • Sangramento após a relação sexual.
  • Dor durante a relação sexual.
  • Dor na região pélvica.

Em casos de doença avançada os sinais e sintomas podem incluir:

  • Inchaço das pernas.
  • Problemas ao urinar ou evacuar.
  • Sangue na urina.

Esses sinais e sintomas também podem ser provocados por outras condições além do câncer de colo do útero. Ainda assim, se algum desses sinais ou outros sintomas suspeitos surgirem você deve consultar um ginecologista imediatamente, para que a causa seja diagnosticada e, se necessário, iniciado o tratamento.

Recomenda-se realizar exames de Papanicolaou e pélvicos regularmente a partir do início da atividade sexual.  

Diagnóstico

Exames que permitem visualizar o útero e seu interior são sempre utilizados para detectar e diagnosticar a doença. Alguns exames e procedimentos auxiliam no diagnóstico, como:

  • História clínica da paciente e exame físico.
  • Ultrassonografia transvaginal.
  • Histeroscopia (visualização do interior do útero por meio de uma câmera introduzida pela vagina).
  • Biópsia do endométrio (onde é retirado uma pequena amostra da camada interna do útero e enviada para análise microscópica).

Após o diagnóstico, são realizados exames para avaliar se o tumor está restrito ao órgão de origem ou se há disseminação para outros órgãos, conhecida como estadiamento do tumor e é de suma importância para que se determine o tratamento adequado, que além de depender do estágio da doença, leva em consideração a idade e a presença ou não de outros problemas de saúde que a paciente possa apresentar. Para o correto estadiamento são utilizados alguns exames, como:

  • Exame pélvico (com espéculo e toque vaginal).
  • Exames de imagem (radiografia, ultrassonografia, tomografia e/ou ressonância magnética).

Tratamento

Existem diferentes tipos de tratamentos para o câncer de corpo de útero, como: cirurgia, quimioterapia, radioterapia.

  • Cirurgia: onde a maioria das mulheres é submetida à cirurgia para remover o útero, ovários e trompas. Essa cirurgia se chama histerectomia. Algumas mulheres não precisarão de tratamento complementar após a cirurgia, mas outras precisarão complementar o tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia.
  • Radioterapia:  que utiliza a radiação em altas doses, podendo ser externa (RTE), onde a radiação é aplicada fora do corpo, ou interna, também chamada de braquiterapia (BQT), onde a radiação é aplicada internamente por dentro da vagina, no local onde está o tumor.
  • Quimioterapia: onde são utilizados medicamentos para impedir o crescimento e matar as células cancerosas.

Referências

Instituto Oncoguia. Tipos de Câncer. Câncer de Endométrio. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/ Acesso em 08/06/2021.

Instituto Vencer o Câncer. Disponível em: https://vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-endometrio-tipos-de-cancer/cancer-de-endometrio-o-que-e/ Acesso em 08/06/2021.

IUCR Dr. Gustavo Guimarães. Disponível em: https://www.iucr.com.br/post/cancer-de-corpo-do-utero-e-cancer-de-colo-do-utero-quais-as-diferencas Acesso em: 08/06/2021.

Manual MSD. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/neoplasias-ginecol%C3%B3gicas/c%C3%A2ncer-endometrial Acesso em 08/06/2021.

Mitos e Verdades

Mito: O mioma é um tumor benigno e não pode virar câncer. Porém, deve ser monitorado e tratado se houver sintomas clínicos como sangramento e/ou aumento de volume. 

Verdade: Responsável por 99,7% de todos os casos de câncer de colo de útero, a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano) pode ser prevenida com a vacina, indicada principalmente para homens e mulheres de 9 a 26 anos que nunca tiveram contato sexual – e distribuída gratuitamente pelo Ministério da Saúde para meninas entre 9 e 13 anos. O HPV pode contaminar quem teve relação sexual sem o uso de preservativos e ainda não existe um medicamento terapêutico para o vírus.  A principal vacina distribuída atualmente chama-se quadrivalente, que previne quatro tipos de HPV: 6, 11, 16 e 18. Apesar de haver mais de 100 tipos de HPV, somente os tipos 16 e 18 são responsáveis por mais de 70% dos casos de câncer de colo de útero.

Mito: Apesar de o surgimento de tumores ginecológicos ser maior durante a menopausa, o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer é a idade avançada – exceção aos casos hereditários, correspondentes de 5 a 10% de todos os pacientes oncológicos. A menopausa costuma ocorrer a partir dos 50 anos, período de aumento da incidência de mulheres diagnosticadas com câncer.

Verdade: Todos os sangramentos pós-menopausa devem ser avaliados por um especialista. Podem estar relacionados a doenças benignas (como atrofia do endométrio pela ausência de hormônios femininos) ou pólipos. Porém, há a possibilidade de ser um sinal de câncer de endométrio (em 95% dos casos, o sangramento irregular é um dos principais sintomas).

Depende: Todo tipo de reposição hormonal na menopausa deve ser discutida com um médico para avaliação de possíveis riscos, tanto no que se refere ao tipo e tempo de utilização do medicamento. É importante ressaltar que para mulheres com câncer de mama pode existir contraindicações. 

Verdade: Já é bem estabelecido que o uso do anticoncepcional por mais de 5 anos diminui o risco de câncer de ovário. Porém, não deve ser usado com esse propósito e sim indicado de maneira individualizada pelo médico.

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