COC – Centro de Oncologia Campinas

VAMOS FALAR SOBRE CÂNCER DE COLO UTERINO

Por: Dra. Talita Coelho Paiva

Oncologista clínica do COC

 

O Instituto Nacional do Câncer – INCA – divulgou em novembro de 2022 a atualização do relatório anual de neoplasias, com estimativas e dados sobre o câncer de colo uterino, e os dados são assustadores.

Essa semana, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) publicou um infográfico sobre o câncer de colo uterino e o Centro de Oncologia de Campinas (COC) traz para vocês as principais recomendações e orientações a respeito do tema. 

O câncer de colo de útero é um tumor que pode ser erradicado do planeta. É um tipo de neoplasia que conseguiria ser evitada com medidas simples, como vacina e exames regulares de Papanicolau. Ainda assim, é o terceiro mais frequente na população feminina e a quarta causa de mortes de mulheres por câncer no Brasil.

Apesar de previsível com adoção de medidas simples, a estimativa para 2023 é de 17.010 novos casos e cerca de 6 mil mortes ao ano.

 

Esse tipo de câncer é uma doença progressiva e ocorre com maior frequência em mulheres entre 40 e 50 anos. Tem melhor prognóstico quanto mais cedo for identificado e tratado, portanto o rastreio é fundamental. O exame preventivo do citopatológico do colo uterino (papanicolau) é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e deve começar logo após a primeira relação sexual, uma vez que o principal fator de risco para os tumores do tipo é o Papilomavírus Humano – HPV-, que é transmitido por meio de relações sexuais.

Segundo o INCA, no período de 2016 a 2021, observa-se uma oferta estável (realização em torno de 80% das mulheres) de exames citopatológicos do colo do útero no Sistema Único de Saúde (SUS), com declínio ao final do período, relacionado à pandemia da COVID-19. Apesar da oferta estável e não se levando em conta a pandemia, em 2019, os dados de Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) informaram que 6,1% das mulheres com indicação pela idade de realização do rastreio com o papanicolau, ou seja, mulheres entre 25 e 64 anos de idade, nunca realizaram o exame. 

As causas para tal foram diversas e estão listadas na tabela abaixo.

O HPV é um vírus com mais de 80 tipos distintos já identificados, e aproximadamente 30 infectam o trato genital, transmitidos por meio de relações sexuais. O pico de incidência do HPV ocorre entre 25 a 30 anos de idade. Os subtipos HPV-16 e o HPV-18 são responsáveis por quase 70% dos cânceres de colo uterino.

Dada a origem da doença, a vacina é a principal forma de prevenção, juntamente com o exame citopatológico. O Ministério da Saúde acrescentou ao calendário nacional de vacinação, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas e, em 2017, para meninos.

A vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

Como a vacina é mais eficaz se aplicada antes do início da vida sexual, a faixa etária alvo fixada pelo Ministério da Saúde é de 9 a 14 anos, para meninas, e 11 a 14 anos, para meninos. São necessárias duas doses, com intervalo de seis meses. Na rede privada é possível tomar a vacina em faixas etárias maiores: a quadrivalente por mulheres até 45 anos e homens até 26, e a bivalente sem limite de idade

O preço de cada dose da vacina gira em torno de R$ 500 na rede privada. É importante destacar que mesmo as pessoas vacinadas, devem realizar os exames de papanicolau a partir dos 25 e até os 64 anos. Gestantes e mulheres na menopausa seguem a mesma recomendação.

Mulheres submetidas à histerectomia por condições benignas, sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreio, desde que apresentem exames anteriores normais.

No final de 2020, o Ministério da Saúde aderiu à estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para acelerar a eliminação do câncer de colo do útero. A Pasta assumiu o compromisso de erradicar a doença no Brasil com medidas de vacinação, de rastreamento e de tratamento. É a primeira vez que os 194 países membros da organização se unem para acabar com um tipo de câncer.

O plano da OMS traça metas e ações a serem implantadas até o ano de 2030, baseadas em vacinação, realização de exame de detecção (papanicolau) e tratamentos eficazes.

Há um conjunto de metas que cada país deve cumprir para abrir caminho rumo à erradicação do câncer do colo do útero: vacinação contra o HPV de 90% das meninas até os 15 anos; que 70% das mulheres realizem ao menos dois exames preventivos de alta qualidade, entre os 35 e os 45 anos; e que 90% das lesões precursoras recebam tratamento adequado. De acordo com a OMS, o cumprimento dessas metas é capaz de reduzir a taxa média de incidência de câncer do colo do útero em 10% até 2030.

O Brasil, no entanto, tem andado na contramão dos países desenvolvidos, com redução da cobertura vacinal de 90% em 2014, para 52% em meninas e 22% em meninos no ano de 2019. Além da redução da vacinação, os dados divulgados pelo INCA mostram que apenas 16% das mulheres entre 25 a 65 anos têm realizado o rastreio pelo exame citológico – sendo metade do mínimo proposto pela OMS. 

O rastreio e a prevenção são importantíssimos, pois a doença cursa de forma assintomática. A primeira manifestação clínica costuma ser sangramento durante a relação sexual e, posteriormente, o sangramento se torna frequente e imotivado.

 

 

 

 

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