COC – Centro de Oncologia Campinas

Câncer de Esôfago

No Brasil o câncer de esôfago é o sexto mais frequente entre os homens e o 15° entre as mulheres, desconsiderando-se o câncer de pele não melanoma. É o oitavo mais frequente no mundo e a incidência em homens é cerca de duas vezes maior do que me mulheres, acometendo pessoas entre 50 -70 anos.

É um tipo grave de câncer que acontece devido a alterações celulares, resultando no aparecimento de sinais e sintomas como dificuldade para engolir, aparecimento de um nódulo na parte superior do estômago e fezes escuras, mas esses sintomas só aparecem quando o tumor se encontra em estágios avançados da doença. 

Câncer de Esôfago

Estatística

A estimativa de novos casos para o ano de 2020 foi de 11.390, sendo que 8.690 para homens e 2.700 para mulheres. Com relação ao número de mortes, foi estimado para o ano de 2019 um total de 8.716 mortes, sendo 6.802 para homens e 1.914 para mulheres.

Tipos

Existem dois tipos principais de câncer de esôfago:

  • Carcinoma de células escamosas: esse tipo de câncer de esôfago começa nas células escamosas que revestem o esôfago. Geralmente se desenvolve na parte superior e média do órgão.
  • Adenocarcinoma: esse tipo começa nas células glandulares, que produzem muco, na parte inferior do esôfago, na junção do esôfago com o estômago.

Existem outros tipos de cânceres que também podem começar no esôfago, mas são raros e incluem linfomas, melanomas e sarcomas.

Fatores de Risco:

Os principais fatores de risco para o câncer de esôfago, incluem:

  • O consumo frequente de bebidas muito quentes como: chimarrão, chá e café, em temperatura de 65°C ou mais, pode levar ao câncer de esôfago.
  • O consumo de bebidas alcoólicas pode causar câncer de esôfago, não havendo níveis seguros de ingestão. É importante destacar que, não só o consumo regular, como também o consumo excessivo e esporádico de qualquer tipo de bebida alcoólica.
  • O excesso de gordura corporal favorece o desenvolvimento de câncer de esôfago. A obesidade também facilita o desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE), que é importante fator de risco para o desenvolvimento da doença.
  • Consumo de carnes processadas (exemplo: salsicha, presunto, blanquette de peru, entre outros).
  • O tabagismo isoladamente é responsável por 25% dos casos de câncer de esôfago. O risco aumenta rapidamente com a quantidade de cigarros consumida. Mesmo as pessoas que já fumaram, mas interromperam, possuem risco aumentado de desenvolver este câncer quando comparadas aos que nunca fumaram.
  • Estão associadas à maior incidência desse tumor a história pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão.
  • Infecção pelo papilomavirus humano (HPV).
  • Tilose (espessamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés), acalasia (falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago), esôfago de Barrett (crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro do esôfago), lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e síndrome de Plummer- Vinson (deficiência de ferro).
  • Exposição a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas, ácido sulfúrico e negro de fumo está associado ao desenvolvimento de câncer de esôfago. Os trabalhadores da construção civil, metalurgia, indústria de couro, eletrônica, mineração e agricultura, engenheiros eletricistas, mecânicos, extratores de petróleo, motoristas de veículos a motor, trabalhadores de lavanderias/lavagem a seco e serviços gerais podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.

Prevenção

  • Não fumar e não se expor ao tabagismo passivo. Parar de fumar sempre é importante em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante esteja com alguma doença causada pelo tabagismo.
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
  • Comer mais frutas e vegetais e menos carne vermelha e gorduras.
  • Manter o peso corporal adequado.
  • Identificar e tratar a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
  • Consumir bebidas quentes como chimarrão, café e chá em temperaturas inferiores a 60°C. para garantir a temperatura adequada para consumo, após o preparo, deve-se esperar em torno de cinco minutos para ingerir a bebida.
  • Fazer atividade física.
  • Utilizar camisinha durante a relação sexual.

Sinais e Sintomas:

Em sua fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta sinais. Porém, com a progressão da doença, podem surgir sintomas tais como:

  • dificuldade ou dor ao engolir
  • dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito)
  • dor torácica
  • sensação de obstrução à passagem do alimento
  • náuseas
  • vômitos
  • perda de apetite

Em grande maioria dos casos, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estado avançado. A disfagia progride de alimentos sólidos até pastosos e líquidos.

A perda de peso pode chegar a até 10% do peso corporal.

Diagnóstico

Os cânceres de esôfago são geralmente diagnosticados devido aos sinais e sintomas que a pessoa está apresentando. É feito por meio da endoscopia digestiva, um exame que investiga o interior do tubo digestivo e que permite a realização de biópsias para confirmação do diagnóstico. Quando o tumor é detectado precocemente, as chances de cura aumentam muito.

Tratamento

De forma geral, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, de acordo com o estágio da doença e das condições clínicas do paciente. Casos selecionados de tumores iniciais podem ser tratados por ressecção local durante a endoscopia, sem a necessidade de procedimento cirúrgico formal.

Nos casos em que o objetivo é a cura, os pacientes são inicialmente submetidos a um tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia, e posteriormente é feita a cirurgia. Para os tumores muito avançados ou no caso de pacientes muito debilitados, o tratamento tem caráter paliativo (sem finalidade curativa) e é feito por radioterapia combinada ou não à quimioterapia.

No leque de cuidados paliativos também se encontram disponíveis as dilatações com endoscopia, colocação de próteses autoexpansivas (para impedir o estreitamento do esôfago) e braquiterapia (radioterapia com sementes radioativas).

Referências

Instituto Nacional do Câncer Tipos de câncer. Câncer de Esôfago. Disponível em:  https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-esofago  Acesso em: 17/06/2021.

Tua Saúde. O que é o câncer de esôfago, principais sintomas e tratamentos. Disponível em: https://www.tuasaude.com/cancer-no-esofago/  Acesso em: 17/06/2021.

Instituto Vencer o Câncer Tipos de Câncer. Câncer de Esôfago. Disponível em: https://vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-esofago-tipos-de-cancer/cancer-de-esofago-o-que-e-2/ Acesso em: 17/06/2021.

Pfizer. Câncer de Esôfago. Disponível em: https://www.pfizer.com.br/sua-saude/oncologia/cancer-de-esofago  Acesso em: 17/06/2021.

Instituto Oncoguia. Tipos de Câncer. Câncer de Esõfago. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamentos/688/131/  Acesso em: 17/06/2021.

Mitos e Verdades

Mito: A verdade é que boa parte das pessoas diagnosticadas com gastrite não desenvolverão câncer. É necessária uma série de fatores para que o tumor apareça no órgão, o que inclui alimentação e outros hábitos. 

Entretanto, a situação é diferente quando estamos falando de gastrite atrófica. Nessa doença, o próprio sistema imunológico começa a atacar o revestimento do estômago, causando problemas graves que podem aumentar as possibilidades de ocorrência do câncer de estômago. 

Depende: É possível que o refluxo gástrico comece a provocar alterações graves no revestimento do esôfago por causa do ácido que vem do estômago. Nesses casos, o processo provoca algumas doenças, como a esofagite, que sim, aumenta as chances do órgão desenvolver um tumor. 

No entanto, isso não significa que todo refluxo gástrico é fator de risco, principalmente se o paciente receber o tratamento adequado. 

Mito: A H. Pylori é mais comum do que se imagina e existem dados que indicam que, pelo menos, 40% dos brasileiros têm a bactéria. No entanto, a maior parte das pessoas infectadas apresenta pouquíssimos sintomas, que não evoluem ao longo do tempo. 

Há poucas chances de alguém infectado com a bactéria desenvolver câncer, mesmo quando está afetado pela gastrite ou outras doenças no estômago provocadas pela H. Pylori. 

Sendo assim, apenas é necessário ter atenção quando a bactéria aparece junto a outras doenças de risco, como a gastrite atrófica. 

Verdade: Fumar é um forte fator de risco e contribui não só para a presença do câncer de estômago, mas também para o tumor em outros órgãos, como o pulmão. O risco é maior quando o cigarro é associado a hábitos alimentares ruins e vida sedentária. 

Verdade: A maioria dos profissionais considera que uma dieta rica em sal e alimentos processados é uma das grandes causas desse tipo de câncer. Da mesma forma, também existem alimentos que são grandes aliados para a prevenção da doença, incluindo frutas ricas em vitamina C, hortaliças e legumes. 

Conteúdos Relacionados