COC – Centro de Oncologia Campinas

Câncer Anal

São tumores que ocorrem no canal e bordas externas do ânus, sendo mais frequentes nas mulheres. Os tumores que surgem nas bordas do ânus são mais comuns nos homens. Os tumores malignos surgem em tipos diferentes de tecidos, sendo o carcinoma epidermoide responsável por 85% dos casos. O câncer anal é raro, representando de 1 a 2% de todos os tumores do cólon e de 2 a 4% de todos os tipos de câncer que acometem o intestino grosso. É caracterizado por sangramento e dor anal principalmente durante a evacuação, sendo mais frequente em pessoas com mais de 50 anos, que praticam sexo anal ou que estão infectados pelo vírus HPV ou HIV.

Estatística

Para o ano de 2019 foram estimados 893 mortes, sendo 393 homens e 500 mulheres.

Tipos

Os principais tipos de tumores que acometem o ânus são:

  • Carcinoma in situ: ocasionalmente, as células anormais da camada superficial do ânus se parecem com as células cancerosas, mas que não invadem as camadas mais profundas. Esta condição é conhecida como carcinoma in situ ou doença de Bowen.
  • Carcinoma de células escamosas: a maioria dos cânceres anais é de células escamosas. O carcinoma de células escamosas invasivo é um tumor que se disseminou para camadas mais profundas. Os carcinomas de células escamosas da margem anal (pele perianal) são tratados de forma semelhante ao carcinoma de células escamosas da pele ou de outras partes do corpo.
  • Carcinoma cloacogenico: também chamado de carcinoma basaloide ou de células de transição. Estes tumores são ligeiramente diferentes sob o microscópio, mas se comportam e são tratados como carcinomas escamosos do canal anal.
  • Adenocarcinomas: os adenocarcinomas se desenvolvem nas células que revestem a parte superior do ânus perto do reto ou nas glândulas localizadas sob a mucosa anal. Os adenocarcinomas também podem se iniciar nas glândulas apócrinas, um tipo de glândula sudorípara da pele perianal. A doença de Paget é um tipo de carcinoma de glândula apócrina que se espalha através da camada de superfície da pele. A doença de Paget pode afetar a pele em qualquer lugar do corpo, mas na maioria das vezes afeta a pele da região perianal, vulva ou mama. 
  • Carcinoma espinocelular: é um tipo de câncer de pele que pode se desenvolver na pele perianal. Estes tumores são muito mais comuns em áreas de pele que são expostas ao sol, como o rosto e as mãos, e representam apenas um pequeno número de casos de câncer anal.
  • Melanoma: este câncer se desenvolve a partir de células da pele ou da mucosa anal, que formam o pigmento castanho denominado melanina. Melanomas são muito mais comuns do em partes do corpo que estão expostas ao sol. Se diagnosticados em fase inicial podem ser removidos cirurgicamente com um bom prognóstico. Se a doença já se disseminou, outros tipos de tratamentos poderão ser usados.
  • Tumor estromal gistrointestinal: é um tipo raro de câncer anal. Quando estes são diagnosticados em estágio inicial, são retirados com cirurgia. Se já disseminaram para outras partes do corpo, podem ser tratados com quimioterapia.

Fatores de Risco:

Os principais fatores de risco para o câncer anal são:

  • Algumas infecções, como as causadas pelo HPV e HIV.
  • Infecções sexualmente transmissíveis (IST), como condilomatoses, gonorréia, herpes genital e clamídia.
  • Prática de sexo anal.
  • Tabagismo.
  • Fistula anal crônica 9ligação anormal entre a superfície do canal anal e o tecido em volta do ânus, com secreção purulenta.
  • Pacientes imunodeprimidos que se submeteram a transplantes de rim ou coração.
  • Condições precárias de higiene e irritação crônica do ânus.

Prevenção

Dieta balanceada, com boa ingestão de frutas, legumes e verduras e pobre em gordura pode prevenir o câncer anal.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo de pelo menos cinco porções diárias de frutas e vegetais (cerca de 400 g por dia). A partir de atividade física também pode reduzir o risco de câncer, em geral.

Algumas infecções, como as causadas pelo HPV e pelo HIV são apontados como responsáveis pelo aumento da incidência de tumores anais.

Sinais e Sintomas:

Alterações de hábitos intestinais e presença de sangue nas fezes são possíveis sinais. O sintoma mais comum é o sangramento anal vivo durante a evacuação, associado à dor na região do ânus.

Outros sinais de alerta para câncer anal são:

  • coceira
  • ardor
  • secreções incomuns
  • feridas na região anal
  • incontinência fecal (impossibilidade para controlar a saída de fezes).

Diagnóstico

Inicialmente se faz o exame de toque e, caso necessário, a anuscopia e a proctoscopia. O diagnóstico é feito por biópsia de uma amostra de tecido. Outros exames, como ressonância magnética, podem ser solicitados para detectar a extensão do tumor e orientar na escolha do melhor tratamento.

Tratamento

As três principais formas de tratamento para o câncer anal são a cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação de duas ou mais modalidades terapêuticas.

Referências

Instituto Nacional do Câncer Tipos de câncer. Câncer de Ânus. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-anal  Acesso em: 16/06/2021.

Tua Saúde. Câncer no ânus: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento. Disponível em: https://www.tuasaude.com/cancer-anal/   Acesso em: 16/06/2021.

Instituto Oncoguia Tipos de câncer Câncer de Ânus. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sinais-e-sintomas-do-cancer-de-anus/2630/299/   Acesso em: 16/06/2021.

Oncologia. Câncer anal. Disponível em: https://www.einstein.br/especialidades/oncologia/tipos-cancer/cancer-anal Acesso em: 16/06/2021.

Mitos e Verdades

MITO: Não existe nenhuma relação de causa entre as duas doenças. O que pode acontecer é que o indivíduo atribua qualquer sangramento à presença da hemorroida, e dixe de dar atenção a um possível sinal de câncer. A presença de sangue no ânus ou nas fezes nem sempre é sinal de hemorroida, mas pode ser sinal de câncer.

VERDADE: Seguir uma dieta rica em líquidos e fibras, o que inclui verduras, legumes e alimentos integrais, ajuda a regular o funcionamento do intestino, diminuindo assim a pressão sobre a região anal durante as defecações. O fluxo médio de defecações pode variar bastante de uma pessoa para outra. Geralmente, o mínimo é de uma ida ao banheiro num período de até três dias, e o máximo, de três idas ao banheiro num mesmo dia.

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