COC – Centro de Oncologia Campinas

Simpósio Internacional: COC lidera iniciativa para introduzir protonterapia no Brasil

Encontro em Campinas reunirá especialistas renomados para discutir tratamento inovador contra o câncer ainda não disponível no Brasil

 

Trazer para o Brasil a técnica mais avançada e precisa de radioterapia existente no mundo é o desafio proposto pelo “1º Simpósio de Protonterapia – Radioterapia do Próximo Século”, a ser organizado pelo Centro de Oncologia Campinas (COC) no próximo dia 27 de novembro, com colaboração do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais). Introduzir a protonterapia no país, ação determinante para o avanço no tratamento do câncer, depende de articulações entre diferentes órgãos e da criação de uma política específica para coordenar o processo, questões que serão amplamente abordadas pelos renomados participantes do simpósio.

Eficiente no tratamento contra vários tipos de câncer, a protonterapia usa um feixe de prótons para destruir as células cancerígenas. O tratamento causa danos menores aos tecidos saudáveis em comparação à radioterapia convencional e possui inúmeros outros benefícios, como maior dose de radiação no tumor e menos efeitos colaterais.

“Muitos seriam os pacientes com câncer beneficiados pela protonterapia, especialmente os que apresentam casos complexos e os pediátricos. A capacidade de direcionar a radiação com alta precisão permite atingir o tumor com maior dose e minimizar danos aos tecidos circundantes. Isso é particularmente importante em tumores próximos a órgãos vitais ou em crianças, cujos riscos de efeitos colaterais a longo prazo são maiores”, explica o oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas.

A estimativa é que existam em todo mundo apenas 115 centros de protonterapia. O alto custo, tanto para implantação do serviço quanto do tratamento, a complexidade da técnica e a necessidade de treinamento específico da equipe envolvida são os principais impeditivos para a aplicação da tecnologia no Brasil. Nos Estados Unidos, o gasto médio da terapia de prótons em um paciente pediátrico pode chegar a R$ 400 mil. Dessa forma, apesar de possuir registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2017, a terapia é inexistente no Brasil.

Fernando Medina destaca que introduzir a protonterapia no país é crucial para o avanço no tratamento do câncer, mas a iniciativa, lembra o médico, depende essencialmente do envolvimento de diferentes órgãos.

“A articulação entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência e Tecnologia, por exemplo, é fundamental para garantir que a implementação da protonterapia seja realizada de forma estratégica, considerando tanto os aspectos de saúde pública quanto o desenvolvimento científico e tecnológico do país”, observa.

A implementação de uma política de desenvolvimento, continua Medina, é necessária para contemplar ações como o financiamento da infraestrutura; custeio da aquisição e instalação de equipamentos de alta tecnologia e construção e distribuição de centros de tratamento pelo território nacional.

“A terapia por prótons percorreu um longo caminho desde suas origens como um conceito inovador até sua posição atual como uma forma avançada e precisa de radioterapia. Com a pesquisa e o desenvolvimento contínuos, a protonterapia promete desempenhar um papel cada vez mais importante no tratamento do câncer, oferecendo novas esperanças e possibilidades para pacientes em todo o mundo”, finaliza o oncologista.

 

Simpósio

Para que todas as abordagens essenciais à protonterapia sejam realizadas, o “Simpósio de Protonterapia – Radioterapia do Próximo Século” contará com a presença de alguns dos profissionais mais conceituados das áreas de radioterapia, física, oncologia e tecnologia para tratar variadas questões (ver programação). A diversidade de temas é necessária dada a importância da proposta que acompanha o simpósio, que é a de acelerar a introdução do serviço de protonterapia no Brasil.

 

A protonterapia oferece vantagens significativas em relação à radioterapia convencional, como:

Precisão: A capacidade de direcionar a radiação com alta precisão permite atingir o tumor com maior dose, minimizando danos aos tecidos saudáveis circundantes. Isso é particularmente importante em tumores próximos a órgãos vitais ou em crianças, onde o risco de efeitos colaterais a longo prazo é maior.

Redução de efeitos colaterais: A menor irradiação de tecidos saudáveis diminui a probabilidade de complicações como inflamações, fibrose e desenvolvimento de tumores secundários.

Melhora na qualidade de vida: A redução dos efeitos colaterais contribui para uma melhor qualidade de vida dos pacientes durante e após o tratamento.

Conheça os participantes do Simpósio:

Confira a programação completa