COC – Centro de Oncologia Campinas

No mês das mulheres, campanhas alertam para dois dos três tipos de câncer femininos mais incidentes

Março Lilás (colo de útero) e Março Azul-Marinho (colorretal) abordam a prevenção às neoplasias  mais frequentes depois do câncer de mama

 

 

Em março, no Mês da Mulheres, duas campanhas de saúde representadas por laços coloridos abordam dois dos três tipos de cânceres femininos mais frequentes no Brasil: o câncer colorretal, o segundo em incidência, e o de colo de útero, o terceiro mais comum – o câncer de mama é o primeiro da lista, desconsiderando o de pele não melanoma. Esses três tipos mais prevalentes possuem protocolos efetivos de rastreamento e, no caso do colo do útero, uma vacina que praticamente zera as chances de doença. Ainda assim, o diagnóstico tardio continua a ocasionar milhares de mortes evitáveis anualmente no Brasil.

“Os três tipos de câncer que mais afetam as mulheres têm protocolos de rastreio, podem ser detectados logo no início e ter melhores prognósticos de cura. Porém, o que se viu depois da pandemia foi o aumento do número de diagnósticos tardios e uma queda brutal nos índices de vacinação contra o HPV”, relata a oncologista clínica Talita Coelho Paiva, do Centro de Oncologia Campinas (COC).

A médica destaca ainda que o câncer de colo de útero é um tumor que pode ser erradicado e uma neoplasia possível de ser evitada com medidas simples, como vacina e exames regulares de Papanicolau.

“Apesar de previsível com adoção de medidas simples, a estimativa para 2023 é de 17.010 novos casos e cerca de 6 mil mortes ao ano”, aponta Talita, que confirma o aumento recente de diagnósticos tardios, talvez por influência pandemia, que comprometeu a rotina de prevenção.

Março Lilás (câncer de colo de útero) e Março Azul-Marinho (colorretal) são as campanhas que abordam a prevenção às neoplasias. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica que depois do câncer de mama – cuja estimativa de novos casos no Brasil por ano do triênio 2023/25 é de 74 mil ocorrências (20,3% de todos os tipos da doença) –, aparece em segundo lugar o câncer de cólon e reto, com 24 mil novos casos (6,5%), e colo do útero, com 17 mil (4,7%).

Principal causa do câncer de colo de útero, o papilomavírus humano (HPV) também está relacionado a outros tipos de câncer, como vagina, vulva, boca, ânus e garganta. Os dados alarmantes divergem do cenário positivo criado a partir da oferta gratuita de uma vacina que protege contra esse vírus e, consequentemente, contra o câncer.

     A oncologista clínica Talita Paiva

 

A oncologista do COC cita números do Ministério da Saúde que indicam o retrocesso brasileiro na cobertura contra o HPV. Em 2019, 87,08% das meninas brasileiras entre 9 e 14 anos de idade receberam a primeira dose da vacina e em 2022, a cobertura caiu para 77,37% na primeira dose e 58,29% na segunda. Entre os meninos, a cobertura vacinal baixou de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022 e somente 38,39% tomaram a segunda dose.

Disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para adolescentes de 9 a 14 anos e pessoas com situações específicas da saúde, a vacina contra o HPV também é oferecida em clínicas privadas para pessoas de até 45 anos. Conforme o Ministério da Saúde, pessoas que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos até 45 anos também podem ser vacinados gratuitamente no SUS.

 

Rastreio

Talita Coelho Paiva explica que uma característica apresentada por boa parte dos cânceres é a evolução silenciosa. “Frequentemente, quando os sinais da doença surgem é porque ela está em uma fase mais adiantada”, confirma. O desenvolvimento sem sintomas reforça a necessidade de rastreio que, nos casos dos cânceres de mama, colorretal e colo de útero, possuem protocolos bem definidos e simples de seguir.

A colonoscopia, capaz de prevenir o câncer colorretal ou apontar a doença em fase inicial, deve ser feita a partir de 45 anos pelas mulheres sem história familiar. “A periodicidade vai depender da indicação do médico, que analisa os resultados do exame e o histórico familiar do paciente, por exemplo, para estabelecer o intervalo de repetição do exame”, detalha.

A mamografia, que detecta câncer de mama, é recomendada a partir dos 40 anos quando a mulher não apresenta nenhum caso familiar ou genético da doença.

No caso do câncer de colo de útero, o início da prevenção ocorre a partir da primeira atividade sexual da paciente, explica a médica, sendo que mesmo as mulheres que não mantêm relações sexuais devem realizar o exame a partir dos 25 anos.

A relação das mulheres com a prevenção, descreve Talita, é melhor em comparação aos homens, mas ainda fica abaixo do desejado. “No geral, as mulheres são um pouco mais ligadas à prevenção do que os homens. Porém, os números mostram que no Brasil precisamos aperfeiçoar essa cultura de prevenção. Um levantamento do Inca apontou que 6% da população nunca fizeram o rastreio de Papanicolau dentro da faixa etária recomendada (dos 25 aos 65 anos)”, reforça.

Vergonha e desinformação são alguns dos fatores citados pela médica para justificar a relação ainda insatisfatória das mulheres com a prevenção. “E é importante destacar que as mulheres têm a responsabilidade não só de se cuidarem, como também de cuidarem dos filhos. A queda dos índices de vacinação contra o HPV indica que há muito o que melhorar nesse sentido. A mulher tem o poder de impedir que sua filha desenvolva um câncer de colo de uterino se a vacinar. É preciso ter consciência disso”.

 

Saiba mais (dados do Inca e Ministério da Saúde)

  • Em termos de mortalidade no Brasil, em 2020, ocorreram 6.627 óbitos, e a taxa de mortalidade bruta por câncer do colo do útero foi de 6,12 mortes a cada 100 mil mulheres.
  • Atualmente, o câncer do colo do útero é considerado passível de erradicação, por meio da vacinação contra os tipos de HPV oncogênicos mais prevalentes e do rastreamento e tratamento das lesões precursoras.
  • A estratégia global proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para acelerar a eliminação da doença inclui as seguintes metas, que devem ser alcançadas até 2030: 90% das meninas totalmente vacinadas contra HPV aos 15 anos; 70% das mulheres submetidas a um teste de rastreamento de alta performance aos 35 e aos 45 anos; e 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras e câncer recebendo tratamento

 

Sobre o COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia e hematologia, dentre outras.

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados de pacientes dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

O Centro de Oncologia Campinas completou 45 anos de história em novembro de 2022. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.

 

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