As palestras oferecidas pelo Centro de Oncologia Campinas à comunidade contribuem para a melhora da percepção sobre a importância da detecção precoce do câncer. Nos últimos dois meses, perto de 100 ações foram realizadas como parte das campanhas Outubro Rosa, de câncer de mama, e Novembro Azul, de próstata. O oncologista André de Moraes avalia que o interesse crescente pela troca de informações reflete o aumento da conscientização sobre o valor que o diagnóstico precoce tem no tratamento do câncer.
O conhecimento e a adesão a um novo tipo de olhar sobre o câncer são determinantes do êxito na prevenção, reforça André de Moraes. “O câncer é uma doença estigmatizada. Muitas pessoas têm preconceito de falar sobre ela, o que influencia também nas atitudes de prevenção. A informação desmonta esse preconceito e abre caminho para o conhecimento e para a prevenção”, resume o especialista do COC.
Informação contra o preconceito
No caso específico do câncer de próstata, pesa contra a detecção precoce o preconceito enraizado na própria cultura do país. Moraes observa que o exame de toque retal, por exemplo, apesar de fundamental para o diagnóstico, é também motivo de escárnio e até de constrangimento. “Trata-se de um procedimento que não dura nem dez segundos e que pode salvar uma vida, é assim que o exame deveria ser visto e entendido por todos”, sugere, acrescentando que outro exame necessário na prevenção do câncer de próstata, o PSA, depende de uma simples amostra de sangue.
A receptividade do público às informações repassadas durante as palestras, detalha André Moraes, vai ao encontro da proposta envolvida no projeto do Centro de Oncologia Campinas. “Essas pessoas são multiplicadoras da informação. Uma vez que se interessam pelo assunto, que questionam e interagem, levam adiante tudo o que é discutido. Independentemente da origem, do grau de instrução ou do ambiente, elas passam a conhecer mais e se sentem seguras de aplicar o que aprenderam e também de esclarecer os que ainda desconhecem”.
Dentre as muitas atividades desenvolvidas nos últimos meses, chamou a atenção do oncologista a reciprocidade demonstrada por um grupo de jovens de uma escola estadual. “Notamos que uma nova mentalidade acompanha essa geração. Eles estão atentos, querem aprender, pedem mais detalhes e não têm receio de buscar respostas às dúvidas. A impressão é que eles se sentem responsáveis em levar para frente tudo o que aprenderam naquele momento”.
O diagnóstico precoce é um divisor de águas no tratamento do câncer, indica o médico, e uma doutrina que trouxe avanços significativos ao tratamento e prevenção do câncer. “É muito mais fácil hoje difundir a necessidade da prevenção do que 20 anos atrás. Rótulos estão caindo, a facilidade de acesso à boa informação quebra barreiras, porém, ainda há muito a fazer. O tempo que se leva até o diagnóstico pode determinar a vida ou a morte no câncer”.
Neste Novembro Azul, o alerta de André Moraes é direcionado aos homens que ainda não assimilaram que os cuidados com a saúde são contínuos e não pontuais. “Todo homem, a partir dos 50 anos de idade, ou mais cedo, caso tenha histórica familiar ou outros riscos, deve realizar anualmente o check-up. Depende de cada um acabar com os preconceitos”.
Palestras
As palestras oferecidas pelo Centro de Oncologia Campinas poderão ser presenciais ou on-line, dependendo da possibilidade de aplicação das medidas sanitárias contra a Covid-19 ou dos interesses do público.
Os interessados devem entrar em contato com o Centro de Oncologia Campinas, por meio do e-mail palestras@oncologia.com.br.