COC – Centro de Oncologia Campinas

CAR-T CELL: esperança de pacientes é uma possibilidade para poucos

Além de caro, tratamento é direcionado apenas a alguns tipos de câncer de sangue e não está disponível pelo SUS

 

A terapia celular é tida como um dos principais avanços no combate ao câncer e frequentemente relacionada à esperança de cura. O tratamento CAR-T, no entanto, é excludente e individualizado. É indicado para determinados tipos de neoplasias de sangue, como certas leucemias e linfomas, e está longe do alcance da grande maioria dos pacientes, principalmente em razão do alto custo do procedimento, estimado em R$ 2 milhões.

A fonte de expectativa para milhões de pacientes oncológicos ganhou popularidade no Brasil neste ano, a partir da autorização para o tratamento concedida à indústria farmacêutica pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em janeiro, e da divulgação dos resultados positivos dos ensaios desenvolvidos em conjunto pelo Instituto Butantan, USP e o Hemocentro de Ribeirão Preto.

“O CAR –T Cell merece o espaço que está ganhando. É uma tecnologia biológica importante de imunoterapia celular adotiva, possível de ser empregada hoje graças aos avanços da ciência e da tecnologia”, confirma André de Moraes, oncologista clínico do Centro de Oncologia Campinas

Há, porém, uma grande distância a ser percorrida antes que um tratamento desenvolvido no Brasil, e mais acessível, seja viável a um custo menor ou disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde, como pretende o estudo. E significativas especificidades também limitam seu uso, como salienta o oncologista.

“É importante que se saiba que, neste momento, a população que irá se beneficiar do CAR-T é muito selecionada. As pessoas compartilham notícias sobre a cura, mas essa terapia não serve ainda para todos os tipos de doenças”, reforça o médico do COC.

André de Moraes corrobora a potencialidade atribuída à terapia CART-T, mas acha necessário salientar as ressalvas que o tratamento ainda impõe, sejam logísticas, de custo ou de indicação. Reforça que a terapia é individualizada e que, infelizmente, ainda é pequeno o número de pacientes aptos a recebê-la.

Por conta dessa característica supressora, a grande maioria dos tumores não é passível de ser submetida a esse tipo de tratamento, confirma o médico.

“Hoje, o CART-T está restrito a tumores de linhagem hematológica, principalmente alguns linfomas e leucemias. Dada a especificidade do tratamento e sua individualização, a terapia celular ativa é um recurso usado após todos os outros tipos de tratamento terem falhado”, reforça.

O combate à leucemia foi a primeira experiência da terapia celular ativa, explica. “As leucemias muitas vezes são tratadas por uma proteína exclusiva, expressa apenas na superfície da célula leucêmica e em nenhum outro tecido do corpo. Quando se cria um anticorpo monoclonal que reconhece essa proteína, o linfócito passa a ter competência de reconhecer a presença dessa proteína numa determinada célula e a destrói”.

 

O tratamento

Enquanto por aqui a terapia se desenvolve na forma de testes, os primeiros ensaios clínicos nos Estados Unidos aconteceram ainda em 2010 e a liberação às farmacêuticas ocorreu apenas em 2017.

Na terapia com células CAR-T, uma célula de defesa do próprio corpo é modificada em laboratório para reconhecer e combater a proteína específica da doença a ser tratada. Linfócitos T do paciente são coletados e geneticamente alterados para expressarem moléculas capazes de identificar e oferecer uma resposta agressiva contra o câncer (são chamados chimeric antigen receptors, ou CAR na sigla em inglês). Após a modificação, são multiplicados e reinfundidos no paciente, uma única vez.

O CAR-T, segundo o médico, é utilizado por pacientes refratários, aqueles que perderam a chance de se curar com as estratégias habituais.

“Esses indivíduos podem ser candidatos, desde que se enquadrem às características específicas do tratamento. Essa não é uma terapia para todos os indivíduos”, lembra.

Em que pese a especificidade do tratamento, André Moraes confirma o CAR-T é um dos avanços recentes mais promissores. “Ele é eficiente para tudo, desde que a gente descubra o alvo certo. Mas, neste momento, com a tecnologia disponível até agora, é aplicável a situações muito específicas.”

Há mais de uma dezena de tipos de leucemia, doença que acomete 10,8 mil pessoas a cada ano no Brasil e que causa perto de 7,3 mil óbitos. A leucemia ocupa a nona posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres, segundo o Inca.

 

Sobre o COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.

Recentemente, o COC inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

O Centro de Oncologia Campinas completou 45 anos de história em novembro de 2022. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.

 

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