COC – Centro de Oncologia Campinas

CÂNCER DE PULMÃO E O TABAGISMO

Por: Dra. Talita Coelho Paiva

Oncologista clínica do COC

 

Hoje recebemos a triste notícia do falecimento da jornalista Glória Maria, aos 73 anos de idade.

Em 2019, foi diagnosticada com câncer de pulmão e o tratamento com imunoterapia não teve sucesso. Houve metástase cerebral, que foi tratada inicialmente com cirurgia, porém, sem bons resultados. Em meados de 2022, iniciou nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais. Infelizmente, o tratamento deixou de fazer efeito nos últimos dias.

O câncer de pulmão, segundo estimativas mundiais de 2020, em mortalidade é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres; com incidência de 2,12 milhões de casos novos, sendo 1,35 milhão em homens e 770 mil em mulheres.

 

 

A boa notícia é que o câncer de pulmão pode ter uma menor incidência a partir do controle do seu principal fator de risco, o tabagismo.  Em aproximadamente 85% dos casos diagnosticados, ele está associado ao consumo de derivados de tabaco. Na década de 1980, foram iniciadas campanhas de conscientização sobre os males causados pelo cigarro e a favor da diminuição do uso do mesmo pela população. Com isso, a taxa de incidência do câncer de pulmão vem diminuindo.

Andando na contramão das campanhas antitabaco, temos os novos cigarros eletrônicos. Mesmo com a venda proibida no Brasil desde 2009, são consumidos na grande maioria por jovens, sendo tão prejudiciais à saúde quanto os cigarros tradicionais.

De acordo com dados do relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), divulgado recentemente pela Umane, 1 a cada 5 jovens entre 18 e 24 anos faz uso de dispositivos eletrônicos de fumo no país, o que equivale a 19,7% da população. Dentre as principais substâncias liberadas pelo cigarro eletrônico estão as nano partículas de metais pesados, solventes e outros químicos que variam de acordo com o que é colocado para fumo no dispositivo.

Além de doenças inflamatórias e até fibrose pulmonar, o uso desse tipo de cigarro está fortemente ligado ao surgimento de doenças cardiovasculares e distúrbios neurológicos.

As pessoas que possuem um risco aumentado para o câncer de pulmão devem considerar a realização de um exame preventivo anualmente. Sugere-se que seja feita uma triagem anual com tomografia computadorizada de tórax para adultos com idades entre 50 a 80 anos que tenham alto risco de câncer de pulmão (fumado pelo menos 20 maços/ano e são tabagistas ativos ou ex-tabagistas que pararam de fumar nos últimos 15 anos).

 

A maioria dos cânceres de pulmão não causa nenhum sintoma até que esteja em estágio mais avançado, mas algumas pessoas apresentam sintomas iniciais, que podem ser:

Tosse que não desaparece ou piora

Tosse com sangue ou escarro cor de ferrugem

Rouquidão

Perda de peso inexplicável

Falta de ar

Nas neoplasias pulmonares, temos três alternativas terapêuticas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia/imunoterapia. Estes métodos podem ser associados para obter melhores resultados.

Tumores restritos ao pulmão, nos estágios I e II, devem ser operados e removidos. Tumores restritos ao pulmão devem ser operados e a chance de cura é de até 70%.

Deixamos aqui o alerta não apenas sobre os prejuízos que o uso do tabaco e a exposição ao fumo passivo causam na saúde pulmonar, mas também destacamos sobre a importância de realização de exames periódicos e o rastreamento quando fator de risco alto para câncer de pulmão.

 

 

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