Durante o tratamento oncológico, é comum a diminuição na quantidade de atividades físicas praticadas pelos pacientes. São muito os motivos que contribuem para a redução. Dentre eles, a fadiga relacionada ao câncer e a dor, que os desencorajam a realizar exercícios físicos. Isso compromete a qualidade de vida e a resposta ao tratamento, já que observamos um ciclo vicioso entre esses fatores e o sedentarismo.
Além disso, quanto mais o paciente sente dor, menos ele se mexe, porque acredita que o repouso total seja mais seguro. Baseado no conhecimento funcional e fisiopatológico, o que ocorre é justamente o inverso. Em determinados casos, quando o paciente volta a fazer exercícios, há uma diminuição das dores, o que reflete diretamente no humor, na mobilidade e autoestima, ou seja, proporcionam grandes benefícios ao tratamento e ajudam a manter uma boa qualidade de vida.
Seja qual for o contexto clínico, a inatividade física prolongada leva à perda de massa muscular, e consequente diminuição da força, causada por diversos fatores, como a idade. Quanto mais idoso, maior é a perda muscular provocada pela sarcopenia relacionada ao envelhecimento.
No caso de infecções e processos inflamatórios sistêmicos, quanto maior o processo inflamatório, maior será a perda de massa muscular. A síndrome da anorexia-caquexia é uma complicação frequente no paciente portador de neoplasia maligna em estado avançado. Tratamento medicamentoso com corticoide e quimioterapia também são extremamente deletérios à musculatura.
A fraqueza muscular, consequência de todos os outros fatores que causam perda muscular, em muitos casos é agravada pela inatividade do paciente.
Durante o pré-tratamento, o exercício físico ajuda o paciente a se preparar para a terapia convencional. Normalmente, é aplicado no momento que o paciente descobre a patologia. Nessa fase, o objetivo é aumentar a capacidade física, tais como, força e resistência muscular. Ao melhorar essas qualidades físicas, os indivíduos conseguem manter sua forma física por mais tempo e, principalmente, sua autonomia.
Benefícios da atividade física no tratamento oncológico
Sabendo que o tratamento do câncer pode levar à perda de musculatura esquelética, causada pelos remédios, se conseguirmos fazer com que o paciente inicie o tratamento numa melhor forma física, essa perda será mais lenta. Como consequência, conseguimos manter a autonomia e força muscular.
Vale lembrar que o exercício físico tem um papel fundamental na manutenção do sistema imunológico. Se bem trabalhado, pode evitar o surgimento de doenças secundárias.
Todos esses fatores são resultados das adaptações diretas e indiretas causadas pelo exercício. Dessa forma, o exercício físico pode e deve estar presente na prevenção e no tratamento do câncer, a fim de melhorar a capacidade funcional e qualidade de vida do paciente.
Recomenda-se que o paciente seja orientado por um profissional de Educação Física capacitado na área de Oncologia, para iniciar um programa de exercícios físicos seguro e personalizado.
Caminhada em um local seguro é uma boa dica e não tem contraindicação.
Movimente-se diariamente!
Leia também: Relação entre saúde, oncologia e meio ambiente
Exercícios simples para serem feitos em casa
Confira a seguir uma série de exercícios simples para se fazer em qualquer lugar. Mas lembre-se sempre de que a ajuda de um profissional não pode ser substituída.
O Centro de Oncologia Campinas conta com uma profissional de Educação Física para atendimento a seus pacientes. Saiba mais.