O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamado cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal.
É tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
Estatística
A estimativa de novos casos prevista para o ano de 2020 foi de 40.990 sendo 20.520 para homens e 20.470 para mulheres. O número estimado de mortes para o ano de 2019 foi de 20.578 sendo 10.191 para homens e 10.385 para mulheres .
Tipos
A maioria dos cânceres colorretais são adenocarcinomas. Esses cânceres se iniciam nas células que produzem o muco que lubrifica o interior do cólon e do reto. Alguns subtipos de adenocarcinoma, como anel de sinete e mucinoso, tem pior prognóstico do que outros subtipos de adenocarcinoma. Existem vários tipos de câncer que se iniciam no cólon ou no reto.
Tumores carcinóides: esses tumores começam nas células do intestino que produzem hormônios específicos.
Tumores estromais gastrointestinais (GIST): começam a partir de células específicas na parede do intestino denominadas células intersticiais de Cajal. Esses tumores podem ser encontrados em qualquer parte do trato digestivo e são raros no cólon.
Linfomas: são cânceres das células linfáticas como dos linfonodos, mas também podem se iniciar no cólon, no reto ou em outros órgãos.
Sarcomas: esses tumores podem se iniciar nos vasos sanguíneos, no tecido muscular ou conjuntivo na parede do cólon e do reto. Os sarcomas do cólon ou do reto são raros.
Fatores de Risco:
Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação não saudável (ou seja, pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras). O consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para este tipo de câncer.
Outros fatores relacionados à maior chance de desenvolvimento da doença são: história familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.
Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). Pacientes com essas doenças devem ter acompanhamento individualizado.
A exposição ocupacional à radiação ionizante, como aos raios X e gama, pode aumentar o risco para câncer de cólon.
Prevenção
A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino. Uma alimentação saudável é composta, principalmente, por alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes.
Esse padrão de alimentação é rico em fibras e, além de promover o bom funcionamento do intestino, também ajuda no controle do peso corporal. Manter o peso dentro dos limites da normalidade e fazer atividade física, movimentando-se diariamente ou na maior parte da semana, são fatores importantes para a prevenção deste tipo de câncer.
Não fumar e não se expor ao tabagismo também é importante.
Sinais e Sintomas:
No estágio inicial, o câncer colorretal não costuma apresentar sinais e sintomas, o que dificulta sua detecção precoce, mas alguns sinais podem ser indicativos da doença, como:
Mudança injustificada de hábito intestinal.
Diarreia ou prisão de ventre recorrentes.
Sangue nas fezes (pode ser de coloração clara ou escura).
Evacuações dolorosas.
Afinamento das fezes.
Constante flatulência (gases).
Desconforto gástrico.
Sensação de constipação intestinal.
Perda injustificada de peso.
Cansaço constante.
Esses sinais e sintomas também podem estar presentes em problemas como hemorróidas, verminose, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico correto e tratamento específico.
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que sejam investigados.
Diagnóstico
O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio do aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).
O câncer de intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não a quimioterapia, para diminuir a possibilidade de recidiva do tumor.
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.
Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores.
Mito: O câncer do intestino grosso é recorrente tanto em mulheres quanto homens, em uma proporção quase igual. A doença é considerada o segundo tipo de câncer mais recorrente entre mulheres e o terceiro mais comum entre os homens. São cerca de 40 mil casos descobertos a cada ano.
Mito: Apesar de ser diagnosticado na maioria dos casos em pessoas com mais de 50 anos, a doença está atingindo cada vez mais jovens que não adotam hábitos alimentares saudáveis, que possuem o câncer em seu histórico familiar (um dos fatores de risco) ou que dispõe de mutações genéticas específicas. Por isso, é importante não ignorar nenhum sintoma da doença e realizar os exames quando necessários.
Verdade: A colonoscopia, exame endoscópico do intestino grosso e do reto, é considerada padrão para o diagnóstico do câncer colorretal. Se o exame identificar os pólipos, no mesmo procedimento é possível fazer a retirada do tecido para biópsia. Exames alternativos, como colonoscopia virtual, sigmoidoscopia flexível ou exame de sangue oculto nas fezes também podem ser solicitados
Mito: Qualquer um pode começar desde já a prevenir o câncer de cólon e outros tipos de câncer adotando um estilo de vida saudável. Por isso, faça uma dieta rica em vitaminas e nutrientes, consumindo mais frutas, legumes e verduras. Evite carne vermelha e carnes embutidas, bebidas alcoólicas em excesso, o cigarro e alimentos gordurosos. Praticar exercícios regularmente também é importante! Mesmo adotando uma dieta balanceada, é essencial fazer o exame de rastreamento, principalmente se você já passou dos 50 anos e possui casos na família.
Depende:O tratamento de tumores iniciais é menos agressivos, uma vez que os pólipos podem ser retirados na colonoscopia ou por cirurgias com ressecções locais afetados. Em tumores maiores o paciente deve passar por procedimentos cirúrgicos, podendo ser o convencional, laparoscópico ou robótico. Os tumores do reto podem ser tratados com radioterapia ou quimioterapia antes da cirurgia. Quanto mais precoce o tratamento menor a agressividade e seu período, garantindo melhor recuperação e qualidade de vida ao paciente.
Mito:Em geral, o câncer é desenvolvido a partir dos pólipos. Para que este tecido se torne maligno, leva-se muito tempo, sendo curável em até 95% dos casos detectados precocemente.
Mito: Os pólipos podem ser benignos ou pré-cancerígenos, ou seja, pode se tornar câncer se não retirados. Entretanto, ter pólipos no cólon não significa ter câncer colorretal.
Verdade: Mesmo sem confirmação das causas que levam ao câncer do intestino, existe uma considerável incidência da patologia em pessoas que apresentam doenças inflamatórias intestinais (como a colite ulcerativa ou a doença de Crohn). Por isso, salientamos mais uma vez a importância de realizar os exames em caso de qualquer sintoma relacionado ao intestino ou fazer o rastreamento se você passou dos 50 anos.
Mito: Dificilmente a doença apresenta sintomas na fase inicial. As manifestações geralmente aparecem em estágios avançados, como na modificação repentina do hábito intestinal, dores e sangramentos pelo reto.
Mito: As atuais técnicas cirúrgicas permitem sucesso no tratamento, não sendo necessário a utilização de bolsa de colostomia. Em alguns casos, a bolsa pode ser indispensável temporariamente. Sua utilização só é feita em último caso e quando não pode ser evitada, o que ocorre muito raramente.
Mito: Colonoscopias semestrais ou até anuais só precisam ser feitas em condições especiais. Pacientes que tiveram câncer colorretal ou até retirou os pólipos e tiveram o tratamento adequado, sem fatores de riscos, devem seguir com protocolos de prevenção e detecção precoce de novas lesões. O médico que acompanha o tratamento deverá indicar quais procedimentos devem ser tomados após a retirada do câncer.
Prevenção e detecção precoce têm significados distintos na oncologia. Enquanto a maioria dos cânceres dispõe de procedimentos e rotinas para o diagnóstico em estágio inicial,
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