Programa inclui criação de calendário com desenhos dos alunos para ajudar a replicar a mensagem antitabagismo
As campanhas e as medidas antitabagismo desenvolvidas no Brasil trouxeram como resultado vidas preservadas. Dados de 2023 indicam que 12,6% da população adulta do Brasil fumam, número 7 pontos percentuais abaixo da média mundial. Tão importante quanto conscientizar sobre o vício é impedir que ele comece. Essa é a proposta da campanha “Viver sem Cigarro”, desenvolvida pelo Centro de Oncologia Campinas, que apenas no primeiro semestre de 2024 levou informação e prevenção a 1.401 estudantes das redes pública e particular de Campinas e de Valinhos.
Oncologistas do COC, juntamente com Ana Raquel Medeiros Beck, enfermeira com doutorado em saúde da criança e do adolescente pela Unicamp, ministraram 51 palestras em oito instituições de ensino. Os alunos foram convocados a fazer desenhos sobre o conteúdo das aulas e os 24 melhores trabalhos agora fazem parte do calendário 2025 do COC. O anuário é também um instrumento para fortalecer a corrente antitabagismo iniciada pelo programa.
Nesta sexta-feira (13), a partir das 18h, na sede do Centro de Oncologia Campinas, em Barão Geraldo, os autores dos 24 trabalhos selecionados serão homenageados com medalhas e diplomas de participação nas palestras. Também conhecerão o calendário idealizado para defender a causa antitabagista a partir do olhar daqueles que conheceram os malefícios que o cigarro traz.
O anuário da campanha “Viver sem Cigarro” tem muitos significados. Traz o entendimento dos mais jovens, traduz os ensinamentos acrescentados pelo projeto e ainda atua como um replicador do movimento global antitabagismo.
Oncologista clínico e sócio do COC, o médico Fernando Medina observa que é possível minimizar riscos a partir de políticas bem articuladas de orientação e prevenção ao tabagismo. “O cuidado com a saúde parte do princípio de direcionar ao público, de uma maneira geral, as ações que devem ser realizadas para prevenção não só do câncer, mas de outras doenças ocasionadas pelo fumo”, justifica.
Educar, destaca Fernando Medina, é a melhor forma de prevenir o surgimento de novos fumantes. “O programa é destinado a crianças e adolescentes em escolas privadas e públicas de Campinas. Tem como objetivo conscientizar os jovens sobre os riscos à saúde associados ao tabagismo. Assim estamos ajudando a formar gerações conscientes de não-fumantes”, salienta.
A enfermeira Ana Raquel lembra que o envolvimento dos estudantes durante as palestras revelou aspectos importantes, como o desconhecimento da maioria de que os vaps, ou cigarros eletrônicos, fazem tanto mal à saúde quanto os cigarros convencionais.
“A maioria deles não tinha consciência dos problemas gerados pelos dispositivos eletrônicos para fumar, a mensagem que recebiam era de que não fazia mal. As nossas palestras mostraram a realidade a eles”, comenta. “Ao contrário do que dizem as estratégias de marketing de que são inofensivos, os vaps causam os mesmos problemas dos cigarros convencionais, e trazem até mais danos à saúde”.
O programa
O trabalho educativo do COC realizado por meio do programa “Viver sem Cigarro” inclui palestras, workshops, distribuição de material educativo e atividades interativas que engajam os estudantes de forma eficaz. Além disso, o programa pode também oferecer suporte aos jovens que desejam parar de fumar, através de aconselhamento e recursos que auxiliem no processo de cessação do tabagismo.
Em 2025, o programa retornará às escolas no primeiro semestre. Segundo Ana Raquel, as inscrições devem começar junto com o ano letivo. “A proposta é levar o conhecimento ao maior número de instituições possível. Vamos estreitar relações com as redes estadual e municipal para que mais estudantes ainda possam ser beneficiados”, adianta.
Doença crônica
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Ele também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo, aponta o Inca.
A Organização Mundial da Saúde indica que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
O Inca reforça que, além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
SOBRE O COC
O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.
Recentemente, o COC inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).
Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.
O Centro de Oncologia Campinas carrega mais de 46 anos de história e tradição no tratamento oncológico. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.
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