A resposta da população à ação esteve entre as melhores nas duas décadas de realização do Sábado sem Câncer, mutirão de prevenção e diagnóstico do câncer de próstata organizado no último sábado (12), na sede do Centro de Oncologia Campinas. Antes mesmo das 8h, horário de início dos atendimentos, todas as 500 vagas disponíveis estavam preenchidas. Moradores de Campinas e cidades da região, além de homens da Capital, marcaram presença na instituição para cuidar da saúde.
Situações especiais de pessoas que fizeram longos deslocamentos ou que tiveram contratempos para chegar ao Cento de Oncologia Campinas levaram os organizadores a realizar 21 atendimentos além dos 500 previstos. Ainda assim, antes das 13h todos já tinham passado pelos procedimentos, que incluíram cadastro, coleta de sangue para realização do exame de PSA e, por último, exame clínico e toque retal. A partir da entrada na sede do COC, cada pessoa atendida levou em média 15 minutos para receber o kit de lanche e sair pela porta com o atendimento finalizado.
José Antônio Santos, de 69 anos, mora em Campo Belo, São Paulo, e esteve entre os que enfrentaram percalços para comparecer ao Sábado sem Câncer, mas que, ainda assim, não perderam a viagem. O caminho do aposentado até Campinas foi longo e espinhoso.
Começou ainda na madrugada de sábado, e às 2h30, quando seu José Antônio chegou na estação de metrô para seguir até o Terminal Rodoviário do Tietê e descobriu que a operação só iniciava às 5h. Se acomodou por lá mesmo para pegar o primeiro trem do dia e iniciar a viagem. Chegou no COC pouco depois das 8h, quando as senhas já tinham se esgotado.
“Essa iniciativa é bonita demais e o pessoal que organiza está de parabéns. Quando souberam da minha história, deram um jeito de me atender. Todo mundo é carinhoso demais, isso aqui a gente não vê em lugar nenhum do mundo”, elogiou, enquanto aguardava para iniciar o atendimento.
Osvaldo Aparecido da Silva, de 77 anos, chegou às 22h de sexta-feira (11) e dormiu no carro para ser o primeiro da fila do mutirão. Pela primeira vez no Sábado sem Câncer, seu Osvaldo viu na ação a possibilidade de completar os exames que rotineiramente costuma fazer. Só que de forma mais rápida e ágil. “Aqui é muito mais fácil e tranquilo. Em uma semana a gente já sabe o resultado e ainda tem a certeza de que será tratado rapidamente”, afirmou.
Geraldo Pinheiro dos Santos, de 40 anos, foi o segundo. Chegou às 3h de sábado (12) para, pela primeira vez na vida, realizar os exames de prevenção de câncer de próstata, aproveitando a oportunidade oferecida pelo Sábado sem Câncer. “Minha esposa soube pelo grupo de WhatsApp da igreja e me falou para vir. Esse é um presentão, uma oportunidade de ouro que as pessoas não podem perder”, garantiu.
Também “estreante” do mutirão, Lourival Pereira Nunes, 68 anos, marcou presença na porta do COC às 4h15 para ser o terceiro da fila de espera. Realiza exames de prevenção regularmente, mas enxergou no Sábado sem Câncer a possibilidade de encurtar o caminho até o resultado final. “É o que todo mundo estava comentando aqui na fila. Não tem outro meio mais rápido de realizar a prevenção”.
Após participar da edição de 2020 do Sábado sem Câncer, Carlos Alberto Skol, de 60 anos, aproveitou a oportunidade para novamente ser atendido no COC. “Gostei demais da primeira vez que vim, é tudo muito bem organizado, coisa de qualidade. A gente precisa elogiar muito esse pessoal porque é preciso muito esforço para fazer algo tão valioso assim”, afirmou.
O atendimento número 500 foi de Luiz Antônio Bérgamo, que chegou às 7h40 no Centro de Oncologia Campinas. “A hora que cheguei, o rapaz me falou ‘você pegou a última senha’. Não acreditei na sorte que tive”, relatou, dando o exemplo de cuidados à saúde. “Eu faço regularmente exames de PSA, não descuido não, eu me gosto”.
Animação
Perto de 100 voluntários, entre médicos, profissionais de saúde, pessoal de apoio e de organização trabalharam no Sábado sem Câncer.
Foram sete horas de dedicação para o resultado final que encheu a todos de orgulho. Na recepção aos atendidos, por exemplo, estava Sérgio Coelho, diretor do Ramos Medicina Diagnóstica, um dos parceiros da ação.
Sérgio cumprimentou e desejou “bom dia” do primeiro ao último homem recebido na ação, sempre com um sorriso e uma marcante cordialidade. “Estar aqui nos enche de orgulho. É uma oportunidade rara de ajudar que podemos desfrutar. É gratificante fazer parte desse movimento pela saúde”, garantiu.
Gerente da inService, outra parceira do mutirão, Tatiane Dutra também se voluntariou para ajudar na organização. De quebra, ainda contribuiu na coleta dos exames de sangue, revivendo uma etapa anterior da carreira profissional. “Sou enfermeira formada, trabalhei em UTI pediátrica, e uma das meninas que eu conheço sugeriu que ajudasse, já que tenho muita experiência em achar as ‘veias difíceis’. Isso aqui é maravilhoso, uma iniciativa como poucas”, garantiu.
O oncologista Fernando Medina, um dos idealizadores da ação, estava realizado ao final de mais uma edição do Sábado sem Câncer. “Atendemos muitos homens que estiveram na edição passada e voltaram nos agradecendo. Vinham nos procurar para dar um depoimento positivo e destacar a importância do que fazemos. Isso é maravilhoso para nossos corações”.
O Sábado sem Câncer é uma ação colaborativa que integra as comemorações dos 45 anos de fundação do Centro de Oncologia Campinas. Mais do que realizar o diagnóstico, o evento também tratará, gratuitamente, todos os casos confirmados. O Sábado sem Câncer é realizado pelo Centro de Oncologia Campinas, em parceria com a Boehringer Ingelheim; Fundação Centro Médico de Campinas; Inservice Facilities; Irmandade de Misericórdia de Campinas – Santa Casa Campinas e Hospital Irmãos Penteado; Janssen; MRV; Multipat; Próton Diagnósticos; Radiologia Clínica de Campinas (RCC) e Ramos Medicina Diagnóstica.
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