Mais de 200 pessoas passaram por testes de hepatite e de sífilis no Centro de Oncologia Campinas
O Sábado sem Câncer, realizado pelo Centro de Oncologia Campinas, no último sábado (20), refletiu a conscientização positiva quanto à necessidade de prevenir e cuidar das hepatites virais como forma de evitar o câncer de fígado. Das 8h às 13h, voluntários atenderam um total de 217 pessoas, que também aproveitaram para colocar a vacinação em dia por meio da parceria realizada com a Secretaria de Saúde de Campinas.
Depois de não conseguir senha na edição de 2022 do Sábado sem Câncer do COC para prevenção do câncer de próstata, Cláudio Pedro dos Santos, de 68 anos, não quis se arriscar a perder mais uma vez a chance de cuidar da saúde. Ao lado da esposa Deosdete, Cláudio chegou à sede do COC na sexta-feira (19), às 20h, preparado para passar noite no carro e garantir a primeira senha do dia.
“Nós sabemos como é importante estar com a saúde em dia e não dá pra perder uma oportunidade como essa de saber se está tudo bem com a gente”, explicou Cláudio, que realizou os testes ao lado da mulher Deosdete e ainda aproveitou para conferir se a carteirinha de vacinação estava em dia – a Secretaria de Saúde, parceira da iniciativa, instalou no COC um posto com imunizantes do calendário nacional.
O mutirão para detecção do câncer de fígado envolveu a realização de testes rápidos de hepatite B e C e de sífilis, além de consulta médica. No total foram atendidas 217 pessoas, das 8h às 13h. Destas, duas positivaram para hepatite e foram encaminhadas para iniciar o tratamento na rede pública de saúde. Antes, porém, elas realizarão novos exames para avaliação de função hepática e cirrose, ainda como parte da campanha organizada pelo COC.
“A campanha superou a meta inicial de atendimentos, demonstrando a demanda da população por exames e a importância de ações de saúde pública. A identificação de casos reagentes ressalta a relevância da ação para o diagnóstico precoce e o encaminhamento adequado”, observa o oncologista clínico Fernando Medina.
Dentre os 217 atendidos, havia pessoas dos 20 aos 82 anos (média de idade de 59 anos). Os homens responderam por 53% dos atendimentos. Baseado em estilo de vida, 18% dos participantes pertenciam aos grupos de risco para hepatite. Quanto à escolaridade, 32% eram semianalfabetos.
A ação
O “Sábado sem Câncer” foi uma iniciativa conjunta do Centro de Oncologia Campinas com a Secretaria Municipal de Saúde. Também participaram Ramos Medicina Diagnóstica e RCC Radiologia Clínica de Campinas.
O objetivo do Sábado sem Câncer foi rastrear a principal causa do câncer de fígado, as hepatites virais. Quase metade dos tumores hepáticos tem relação com as hepatites B e C – a hepatite A não interfere no risco de desenvolver câncer. O diagnóstico tardio da hepatite pode levar ao hepatocarcinoma, ou carcinoma hepatocelular, tipo mais comum de câncer de fígado. A campanha Junho Amarelo é dedicada à conscientização sobre as hepatites.
“Toda a vez que executamos um rastreamento de câncer primário de fígado, temos de rastrear também as hepatites B e C, por serem transmissíveis”, detalha o oncologista Fernando Medina.
O câncer de fígado
O câncer de fígado foi apontado como um dos seis mais letais do mundo no estudo da Global Cancer Observatory e International Agency for Research on Cancer, entidades associadas à Organização Mundial da Saúde (OMS). A lista contém ainda câncer de pâncreas, de vesícula biliar, de esôfago, de pulmão e de cérebro, pela ordem.
O fígado metaboliza muitas das substâncias nocivas ao organismo, produz a bile para a digestão e transforma substâncias em nutrientes para o corpo, dentre outras importantes funções.
As células predominantes no fígado são os hepatócitos, onde se originam os hepatocarcinomas, um dos tumores malignos mais frequentes do trato digestivo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 10,7 mil novos casos de câncer de fígado ao ano.
Nas fases iniciais, o desenvolvimento do câncer costuma ser assintomático. Menos de 30% dos pacientes com hepatocarcinoma não apresentam metástase no momento do diagnóstico.
Prevenção e cuidados
A prevenção do câncer de fígado depende de mudanças dos hábitos que contribuem para o seu surgimento, como evitar a exposição aos fatores de risco da doença e adoção de um estilo de vida mais saudável. Além disso, é indicado ter o costume de realizar exames de rotina, já que o diagnóstico precoce amplia as chances de cura e sobrevida.
A vacinação contra a hepatite B, que faz parte do calendário de vacinas do Ministério da Saúde, também é essencial. A vacina protege não apenas contra o aparecimento de tumores no fígado, mas também de doenças precursoras, como a cirrose e a fibrose hepática.
Imagens do Sábado sem Câncer
SOBRE O COC
O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.
Recentemente, o COC inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).
Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.
O Centro de Oncologia Campinas carrega mais de 46 anos de história e tradição no tratamento oncológico. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.
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