COC – Centro de Oncologia Campinas

Epidemia de dengue: pacientes com câncer correm mais riscos e devem se vacinar?

Aumento de casos no Brasil traz dúvidas e incertezas às pessoas que enfrentam a doença

 

A crescente epidemia de dengue no País desperta preocupações e amplia o interesse na nova vacina Qdenga produzida pela japonesa Takeda. Também gera muitas dúvidas. Para os pacientes oncológicos, os riscos da contaminação são aumentados em razão da condição diferenciada? Os sintomas da dengue podem se agravar quando os infectados estão em tratamento contra a doença? O imunizante é recomendado às pessoas com câncer?

André de Moraes, oncologista clínico do Centro de Oncologia Campinas (COC), destaca que não existe nenhum dado que corrobore maior risco de mortalidade, de agravamento ou de quadros críticos de dengue em pacientes oncológicos não fragilizados. Ainda assim, Moraes observa a necessidade da avaliação individualizada, uma vez que são muitas as variáveis envolvidas na doença.

“Pacientes que já concluíram tratamento, que estão em acompanhamento ou que estão bem, sem nenhum sintoma e com a performance mantida, não precisam temer a dengue por causa do câncer”, justifica. “Por outro lado, é importante destacar que o indivíduo bem fragilizado, com desnutrição, sofrendo com um câncer avançado, possivelmente terá um quadro clínico pior se contrair a dengue”, salienta.

A grande questão, aponta o oncologista, é que todas as pessoas, no geral, precisam ter receio, porque a dengue é uma doença grave, embora com baixo índice de mortalidade. “Todos nós sabemos como ela é transmitida e como evitá-la. Bastaria o bom-senso de todos para erradicar esse problema”, conclui.

 

Vacina

A corrida em busca do imunizante que protege contra a dengue ganhou velocidade no início deste ano, a partir do alastramento da epidemia por vários estados brasileiros. Porém, não há, até o momento, nenhum estudo publicado que indique ou contraindique a vacinação contra a dengue a pacientes oncológicos, observa o médico.

“Tudo ainda é muito recente. São décadas de epidemia e um imunizante que foi liberado só agora. Não tem nenhum dado que sustente que eu tenha que indicar vacina de dengue ao paciente oncológico, assim como não há contraindicação no caso de pacientes que estão saudáveis”, reforça. “Com o tempo teremos mais respostas”.

 
O oncologista clínico André de Moraes

 

Vacinar ou não vacinar, quando se trata de pacientes oncológicos, é uma questão dependente de orientação médica, reforça. “O correto é as pessoas interessadas na vacinação conversarem antes com seus médicos. Todas as vacinas são importantes, mas há situações em que a aplicação do imunizante deve ser postergada”.

 

Contraindicação no câncer

A vacina contra a dengue é contraindicada em situações específicas dentro da oncologia, por ser produzida à base de vírus vivo atenuado (micro-organismo infectado, mas enfraquecido).

“O vírus atenuado, em qualquer vacina, é um detalhe importante quando se trata dessa população específica. Em determinados pacientes com câncer, o risco da vacina causar os sintomas da doença é maior, assim como a possibilidade de redução de sua competência da imunização”.

Encaixam-se na população em que vacinas de vírus atenuados – como a Qdenga – não são recomendas os pacientes em tratamento contra o câncer, em estado de imunossupressão e aqueles que tratam de leucemias, linfomas e mieloma, por exemplo.

“A Qdenga, por ser uma vacina de vírus atenuado, requer cautela e avaliação do estado dos pacientes. Os que têm imunossupressão maior, a gente tende a evitar. É preciso discutir caso a caso e pesar benefícios”.

André Moraes reafirma que a vacina Qdenga apresentou excelentes resultados de cobertura – eficácia de 80,2% -, porém, o caminho para eliminar a dengue não pode ser exclusivamente a vacinação. “O mote não é vacinar, é ter educação social e higiene. Efetivamente, o que resolveria o problema é a eliminação dos criadouros, o que depende de educação. Todos sabem bem o que precisam fazer, mas poucos fazem. Vacina traz benefício, mas a vacina de dengue não educa socialmente a população e não faz com que assuma a responsabilidade de contribuir para resolver o problema original. Se você elimina o vetor, a dengue acaba”.

 

Vacinação

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer vacinas contra a dengue no sistema público de saúde. O Ministério da Saúde tem garantida a entrega de 6,6 milhões de doses em 2024 e o provisionamento de mais 9 milhões de doses para o ano de 2025. Inicialmente, a regiões com maior incidência e transmissão do vírus serão as primeiras a receber o imunizante, contemplando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o segundo maior número de hospitalizações por dengue, atrás apenas dos idosos.

A vacinação contra a dengue em pessoas a partir dos 60 anos é realizada somente com indicação médica (receita). O motivo principal da exigência é o fato de a Qdenga não ter incluído pessoas acima de 60 anos nos estudos clínicos e de eficácia. O preço médio da dose do imunizante em clínicas e farmácias é de R$ 350. São necessárias duas doses, com intervalo de três meses, para obter a cobertura com 80% de eficácia.

 

SOBRE O COC

O Centro de Oncologia Campinas dispõe de uma equipe multidisciplinar para oferecer todos os níveis de cuidados aos pacientes, incluindo serviços complementares ao tratamento. Possui salas de imagens, de quimioterapia, radioterapia, análises clínicas e imunoterapia. Também realiza atendimentos nas áreas de oncogenética, psico-oncologia, odonto-oncologia e hematologia, dentre outras.

Recentemente, o COC inaugurou o Centro de Endoscopia Digestiva, que realiza procedimentos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção das lesões do aparelho digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno) e baixo (cólon).

Mais de 30 médicos compõem o Corpo Clínico do Centro de Oncologia Campinas. Na sua maioria, especialistas detentores de excelência técnica, resultado da natureza e origem de suas respectivas formações. Serviços de nutrição, educação física, fisioterapia, odontologia e farmácia complementam os cuidados dentro da instituição, que atende mais de 30 convênios médicos.

O Centro de Oncologia Campinas carrega 46 anos de história e tradição no tratamento oncológico. Fica localizado à Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas. O telefone de contato é (19) 3787-3400.

 

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