COC – Centro de Oncologia Campinas

Câncer de mama: detecção precoce e avanços da medicina melhoram sobrevida

O Centro de Oncologia Campinas fez um levantamento de 920 casos de câncer de mama atendidos nos últimos anos na unidade. Os resultados confirmam que a detecção precoce e o tratamento correto, somados aos avanços da medicina, podem fazer a diferença de vida para as mulheres. Segundo o estudo, 85% dessas pacientes se enquadraram na taxa de sobrevida de 10 anos. Ou seja, viveram ao menos dez anos a partir do diagnóstico da doença.

A taxa de sobrevida é usada para referenciar o prognóstico de um paciente; permite também estabelecer uma probabilidade de sucesso do tratamento. O médico Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas, explica que as taxas de sobrevida do câncer de mama têm aumentado graças a campanhas como a do Outubro Rosa, que resultam em maior número de diagnósticos precoces, e também em razão dos avanços da medicina.

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“Existe um estudo de casos nos Estados Unidos que mostra que entre 1975 e 1977, a sobrevida a cinco anos do câncer de mama era de 75% no país. Entre 2007 e 2013, saltou para 91%. O conhecimento sobre a doença trouxe a prevenção e avanços nos tratamentos para continuar evoluindo nos números”, prevê Medina.

O câncer mama é o mais prevalente em mulheres em todo o mundo – atinge anualmente perto de 2,3 milhões de pessoas no planeta. No Brasil, também é o de maior incidência nesse grupo, depois do câncer de pele não-melanoma. Em 2021, a estimativa é de mais de 66 mil novos casos no país. No Centro de Oncologia Campinas, respondeu por 30% de todos os casos de câncer em mulheres no ano de 2020 e representou 10% de todos os diagnósticos da doença na unidade.

Informação é arma contra o câncer de mama

Medina defende a informação como arma essencial para melhorar as estatísticas e tirar do câncer de mama a condição de principal causa de mortes por câncer em mulheres. “De nada adianta oferecer condições a quem desconhece aquilo com o que está lidando. Para realizar mamografias regulares, por exemplo, a mulher precisa entender o quanto o diagnóstico precoce colabora para vencer a doença. A compreensão é parceira da cura”, analisa Medina.

Um aspecto importante no processo de entender e combater o câncer de mama, destaca o oncologista, é compreender que há formas simples e eficientes de minimizar os riscos de adquirir a doença. “O estilo de vida influencia em cerca de 75% dos casos de câncer de mama. Alterações genéticas, hereditariedade e outras causas respondem pelo restante. E o que é importante: nós podemos sim interferir nesses fatores de risco”.

Na linha de frente da prevenção primária, explica, está o estilo de vida saudável. Boa alimentação, controle da ingestão de bebidas alcóolicas, sobretudo destilados, e atividades físicas regulares. Exatamente tudo que faz bem para a saúde em geral e contribui para evitar a obesidade, um outro importante fator de risco do câncer de mama. “A obesidade acarreta tecido mamário denso, com muitas glândulas e quanto mais glândulas, maiores as chances.”

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A reposição hormonal, cita o oncologista, também deve ser considerada com cautela. “A reposição não é contraindicada na menopausa, quando se tem muitos sintomas, porém, é preciso ter cuidado ao fazer uso dela. Vemos o aumento de casos de câncer de mama em mulheres jovens, o que pode ter relação com o crescimento do uso de anticoncepcionais”, aponta. Mulheres com maior número de ciclos menstruais e com menopausa tardia também apresentam risco aumentado para a doença.

Prevenção e diagnóstico

A prevenção primária, lembra Medina, deve se somar à prevenção secundária para poder abraçar de forma eficiente a tarefa de diminuir os riscos do câncer de mama. “A prevenção secundária envolve todas as ações voltadas ao diagnóstico precoce. Conhecer a própria mama por meio do autoexame contribui para detectar anormalidades, mas a mamografia é ainda mais eficiente, porque detecta o câncer quando ele ainda não é sensível ao toque, o que resulta em um diagnóstico ainda mais precoce e em melhores chance de resposta ao tratamento”.

Embora atinja mulheres de todas as idades, o câncer de mama é mais prevalente a partir dos 40 anos. As mulheres negras costumam apresentar tipos mais agressivos da doença. Porém, na análise do recorte de casos e raças, estudos mostram que fatores socioeconômicos interferem no coeficiente, uma vez que pretas e pardas têm menos acesso a exames e tratamentos, o que resulta em casos mais avançados da doença.

Fernando Medina reforça que exames clínicos regulares devem anteceder a realização dos exames de rastreio. E apesar de reforçar que todas as anormalidades na mama precisam ser investigadas, tranquiliza: “Mais de 80% dos achados de mama não são câncer.”

Outubro Rosa no COC

Durante o mês de outubro, o Centro de Oncologia Campinas realizou uma diversidade de ações para conscientizar e levar informações importantes à sociedade sobre o câncer de mama.

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