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Câncer de Pele Não Melanoma

O câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, é o mais frequente e de menor mortalidade, porém, se não tratado adequadamente pode deixar mutilações bastante expressivas.

Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo.

Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas.

O câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular (o mais comum e também o menos agressivo) e o carcinoma epidermoide. 

Câncer de Pele

Estatística

A estimativa de novos casos para o ano de 2020 foi de 176.930, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres. Para o número de mortes, foi estimado para o ano de 2019 um total de 2.616, sendo 1.488 homens e 1.128 mulheres.

Tipos

A pele é o maior órgão do corpo humano, responsável pela troca de calor e água com o ambiente, encarregado de proteger os órgãos internos contra bactérias e de captar e enviar para o cérebro informações sobre calor, frio, dor e tato. A pele tem três camadas: a epiderme, mais externa e mais fina, a derme e o tecido subcutâneo, mais profundo.  

A epiderme, por sua vez, tem três camadas: a superior, formada por células chamadas queratinócitos, a média e a mais interna, formada pelas chamadas células basais, que dão origem aos queratinócitos ou células escamosas, que impermeabilizam a pele, e aos melanócitos, que produzem melanina, o pigmento marrom que dá cor à pele e cuja função é proteger as camadas mais profundas da pele contra os efeitos nocivos da radiação solar. Negros e brancos possuem a mesma quantidade de melanócitos, mas as pessoas de pele escura produzem mais melanina, especialmente uma chamada eumelanina, mais eficiente na proteção contra os raios ultravioleta (UV) do sol. É por isso que negros e afrodescendentes têm menor risco de desenvolver câncer de pele. 

A derme, a camada intermediária da pele, é mais espessa que a epiderme e abriga as glândulas sebáceas, folículos pilosos (as raízes dos pelos), vasos sanguíneos e nervos. Já o tecido subcutâneo, o mais profundo, é responsável pela retenção do calor do corpo e funciona como um “colchonete”, que absorve impactos e protege os órgãos internos contra os choques e as pancadas. 

Ocarcinoma basocelular ou de células basais tem origem nas células basais da epiderme e representa 75% dos casos de câncer de pele. É mais comum em pessoas de meia-idade e idosos e geralmente aparece em áreas muito expostas ao sol ao longo da vida, como o rosto e o pescoço. Como o hábito de tomar sol e ir à praia por longos períodos é muito popular, esse tipo de câncer tem aparecido em pessoas cada vez mais jovens. O carcinoma basocelular se desenvolve lentamente e dificilmente se espalha para outras áreas do corpo, mas exige tratamento mesmo assim. Entre 35% e 50% das pessoas que tiveram esse câncer de pele vão ter outro num prazo de 5 anos após o diagnóstico. Isso significa que quem já teve câncer de pele tem de fazer um acompanhamento permanente. 

O carcinoma espinocelular ou de células escamosas tem origem na camada mais externa da epiderme e responde por 20% do total de casos. Geralmente aparece no rosto, nas orelhas, nos lábios, no pescoço e no dorso da mão. Pode também surgir de cicatrizes antigas ou feridas crônicas da pele em qualquer parte do corpo e até nos órgãos genitais. Carcinomas espinocelulares têm risco maior que o basocelular de invadir o tecido gorduroso e atingir outros órgãos. 

Há vários outros tipos de câncer não melanoma, mas são bem mais raros e representam apenas 1% do total. 

A maioria dos tumores de pele são benignos, dificilmente se transformam em câncer, mas é um sinal de que alguma coisa está errada e é preciso procurar um especialista. As lesões pré-cancerosas também merecem atenção e tratamento porque, com o tempo, podem se tornar cancerosas. 

É o caso da queratose actínica, causada por exposição aos raios UV do sol e que aparece como pequenas lesões ásperas, avermelhadas ou cor da pele, no rosto, nas orelhas, no dorso da mão, nos braços e até na cabeça de homens calvos. Elas são mais comuns em pessoas de meia-idade e de pele clara e, se não são tratadas, podem se transformar em carcinoma espinocelular.

O carcinoma espinocelular in situ ou doença de Bowen é o estágio inicial do câncer de células escamosas, ainda restrito ao local onde se originou. Também causado pela exposição prolongada ao sol, ele aparece como manchas avermelhadas cobertas por crostas e com bordas irregulares. Os idosos são a maioria dos pacientes e costumam apresentar mais de uma lesão.

A cirurgia é tratamento-padrão, mas radioterapia, crioterapia e quimioterapia também podem ser usadas.

O queratoacantoma é parecido com o carcinoma espinocelular e costuma aparecer em áreas descobertas como face, antebraço, dorso das mãos e pescoço. Existem formas solitárias ou múltiplas. Há fase de crescimento rápido (4 a 8 semanas), período estacionário e involução espontânea (4 a 6 meses). É importantíssimo que a lesão seja removida cirurgicamente e analisada. 

Fatores de Risco:

  • Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioleta – UV), principalmente na infância e adolescência.
  • Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.
  • Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.

Os tumores de pele estão relacionados a alguns fatores de risco, principalmente à exposição aos raios ultravioletas do sol. Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol são mais vulneráveis ao câncer de pele não melanoma.

Outros fatores de risco incluem indivíduos com sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial.

Prevenção

Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos.

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

Medidas de proteção:

  • Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
  • Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
  • Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.

Fotoproteção: a exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo. Ela penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou cancerosos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. A maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição ao sol, por isso todo cuidado é pouco.

Sobre os protetores solares (fotoprotetores):  também conhecidos como protetores solares ou filtros solares, são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o envelhecimento precoce e a queimadura solar, além do câncer da pele. O fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB, não ser irritante, ter certa resistência à água, e não manchar a roupa. Eles podem ser físicos ou inorgânicos e/ou químicos ou orgânicos. Os protetores físicos, à base de dióxido de titânio e óxido de zinco, se depositam na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Eles não eram bem aceitos antigamente pelo fato de deixarem a pele com uma tonalidade esbranquiçada, mas isso tem sido minimizado pela coloração de base de alguns produtos. Já os filtros químicos funcionam como uma espécie de “esponja” dos raios ultravioletas, transformando-os em calor.

Radiação UVA e UVB: um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB. A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo e sua intensidade pouco varia ao longo do dia. Ela penetra profundamente na pele, e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele. Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curto e é mais intensa entre as 10 e as 16 horas, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele. Um fotoprotetor com fator de proteção solar (FPS) 2 a 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB; o FPS 15-30 oferece média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50 oferecem alta proteção UVB e o FPS maior que 50, altíssima proteção UVB. Pessoas de pele clara, que se queimam sempre e nunca se bronzeiam, geralmente aquelas com cabelos ruivos ou loiros e olhos claros, devem usar protetores solares com FPS 30, no mínimo. Já em relação aos raios UVA, não há consenso quanto à metodologia do fator de proteção. Ele pode ser mensurado em estrelas, de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA; ou em números: < 2, não há proteção UVA; 2-4 baixa proteção; 4-8 média proteção, 8-12 alta proteção e >12 altíssima proteção UVA.  O correto é procurar por esta classificação ou por valor de PPD (Persistent Pigment Darkening – mede o bronzeamento que a pele sofre após a exposição ao raio UVA) nos rótulos dos produtos.

Como escolher um fotoprotetor: em primeiro lugar, o FPS deve ser verificado, quanto é a proteção em relação aos raios UVA, e também se o produto é resistente ou não à água. A nova legislação de filtros solares exige que tudo que seja anunciado no rótulo do produto tenha testes que comprovem eficácia.  Outra mudança é que o valor do PPD que mede a proteção UVA deve ser sempre no mínimo metade do valor do Filtro solar. Isso porque se sabe que os raios UVA também contribuem para o risco de câncer de pele. O “veículo” do produto– gel, creme, loção, spray, bastão – também tem de ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com pele com tendência a acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante, devem evitar os géis, pois saem facilmente.

Como aplicar o fotoprotetor: o produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2 horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado diariamente, mesmo quando o dia estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens. É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados. Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele, com a indicação do produto mais adequado.

Bronzeamento artificial e saúde: uma Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em dezembro de 2009, proibiu a prática de bronzeamento artificial por motivações estéticas no Brasil. Foi o primeiro país no mundo a tomar medidas tão restritivas em relação ao procedimento. Desde então, outras nações com incidência elevada de câncer da pele, como Estados Unidos e Austrália, também tomaram medidas para dificultar a realização do procedimento. As câmaras de bronzeamento artificial trazem riscos comprovados à saúde e, em 2009, foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no mesmo patamar do cigarro e do sol.   A prática de bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer da pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia posiciona-se veementemente favorável à proibição da prática do bronzeamento artificial para fins estéticos em virtude dos prejuízos que causa à população. Como já foi dito, o câncer da pele é o tipo mais comum da doença no Brasil, e sua prevalência cresce anualmente, o que só reforça a necessidade de apoiarmos todas as medidas que favoreçam a prevenção.

Se você tem interesse em fazer bronzeamento artificial, não esqueça: qualquer estabelecimento no Brasil que ofereça esse procedimento com motivações estéticas atua de forma irregular e está sujeito a fechamento e a outras penalidades. Não compactue com uma prática proibida, que pode comprometer seriamente a saúde. Aceite o tom da sua pele como ele é. Pele bonita é pele saudável.

Sinais e Sintomas:

O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:

  • Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou. Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abominais e de cabeça, por exemplo.

A seguir, a metodologia indicada por dermatologistas para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, basta seguir a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.

Diagnóstico

O diagnóstico normalmente é feito dermatologicamente, através de exame clínico.

Em algumas situações, é necessário que o especialista utilize a dermatoscopia, exame no qual se usa um aparelho que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nú. Alguns casos exigem um exame invasivo, que é a biópsia.

Tratamento

Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. Conheça os mais comuns:

  • Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes.
  • Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos.
  • Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos.
  • Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas.
  • Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais.  A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração.
  • Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.

Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas. Somente um médico especializado em câncer da pele pode avaliar e prescrever o tipo mais adequado de terapia. 

Melanoma: O tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As modalidades mais utilizadas são a cirurgia excisional e a Cirurgia Micrográfica de Mohs (citadas acima). Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes.

Embora não tenha cura, o tratamento do melanoma avançado evoluiu muito nas últimas décadas; hoje já é possível viver por mais tempo e com mais qualidade, controlando a doença em longo prazo. Para isso, é importante que os pacientes passem por testes genéticos capazes de determinar quais mutações apresentam (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos tratamentos que podem trazer melhores resultados em cada caso.

Mais de 90% dos pacientes com a alteração genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar do tratamento com terapia-alvo oral, capaz de retardar a progressão do melanoma e melhorar a qualidade a vida. Outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Referências

INCA. Instituto Nacional do Câncer. Tipos de Câncer. Câncer de Pele Não melanoma. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-nao-melanoma#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20pele%20n%C3%A3o%20melanoma%20ocorre%20principalmente%20nas%20%C3%A1reas,cicatrizam%20em%20at%C3%A9%20quatro%20semanas Acesso em: 29/06/2021.

AC Camargo. Tipos de Câncer. Câncer de Pele Não Melanoma. Disponível em: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/pele-nao-melanoma Acesso em: 29/06/2021.

SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Tipos de Câncer de Pele. Câncer Não Melanoma. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-pele/64/ Acesso em: 29/06/2021.

Mitos e Verdades

Mito: Existem dois tipos de câncer de pele: o melanoma e o não-melanoma. O primeiro é o menos comum, porém com alta possibilidade de gerar metástases e resultar em morte. Ambos os tipos só apresentam chances de cura se diagnosticados e tratados ainda no início.

Mito: Embora 90% dos casos da doença sejam causados pela exposição à radiação solar, existem outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desse tipo de câncer, como ter pele, olhos e cabelos claros, histórico de queimaduras solares, verrugas, sardas e histórico familiar da doença (principalmente parentes de 1º grau).

Verdade: Não é comum, mas pode acontecer. Além disso, complicações decorrentes de cicatrizes e lesões abertas podem levar ao desenvolvimento do câncer de pele. Por esse motivo, é importante observar a pele regularmente e procurar ajuda médica, caso observe alguma mudança.

Verdade: O câncer de pele manifesta sintomas e, portanto, é essencial ficar atento a eles. Entre os mais comuns estão: pintas e manchas com relevo, brilhantes, translúcidas, castanhas, róseas ou multicoloridas, que coçam, mudam de tamanho e sangram facilmente; e manchas ou feridas que não cicatrizam e apresentam erosões. Se notar qualquer um desses sintomas, procure um dermatologista.

Mito: Mesmo em dias nublados, a radiação atravessa as nuvens. Portanto, é essencial aplicar o filtro solar todos os dias.

Mito: A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o uso diário de filtro solar com fator de proteção (FPS), no mínimo, 30. Valores menores de FPS não protegem a pele contra a radiação solar. Além disso, é importante reaplicar o produto a cada duas horas durante as atividades de lazer ao ar livre. No dia a dia, a recomendação é passar o filtro de manhã e antes de sair para o almoço. Além disso, é importante complementar a fotoproteção com chapéus e óculos escuros.

Mito: Embora pessoas de pele, cabelos e olhos claros são as que mais apresentam risco, indivíduos de qualquer cor podem desenvolver câncer de pele e, portanto, todos devem usar filtro solar diariamente.

Verdade: Bebês a partir de seis meses de idade já podem usar filtro solar.

Mito: O câncer de pele pode surgir tanto em decorrência de exposições frequentes ao sol como de poucas exposições. Também é importante ressaltar que a radiação tem efeito cumulativo. Em alguns casos, pessoas que se expuseram ao sol no passado, sem proteção solar, podem desenvolver a doença no futuro. 

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