Pacientes com câncer de mama metastático HER2-/HR+ apresentaram resultados animadores com a utilização de inibidores de CDK4/6 (Palbociclib, ribociclibe, abemaciclibe), combinados à terapia endócrina (anastrozol, exemestano, fulvestranto), o que possibilitou novas alternativas de manejo. No entanto, quando há progressão da doença após o uso da combinação, faz-se necessário a troca de medicamentos. Nenhum outro estudo havia avaliado os benefícios da continuação do uso de inibidores CDK4/6 e da troca de terapia endócrina durante a progressão.
O estudo MAINTAIN, apresentado na ASCO 2022, vem para responder à pergunta: convém manter inibidor de CDK4/6 e mudar a terapia endócrina?
Para isso, avaliaram em estudo fase II, duplo cego, controlado por placebo, a eficácia de fulvestranto ou exemestano +/- ribociclibe em pacientes com câncer de mama metastático HER2-/HR+ que apresentaram progressão prévia durante o uso de inibidores de CDK4/6 + terapia endócrina.
Dos 120 pacientes incluídos no estudo, com idade mediana de 57 anos, 74% eram brancos e 17,6%, hispânicos; 1 paciente era do sexo masculino e o restante, do sexo feminino.
Os resultados mostram que houve benefício, com melhora estatisticamente significativa para sobrevida livre de progressão, ou seja, do tempo em que o paciente permaneceu sem doença, para os pacientes que usaram ribociclibe + alguma terapia endócrina (fulvestranto ou exemestano). Com 6 meses de medicação, 42% estavam livres de progressão no braço que utilizou ribociclibe versus 24% no braço placebo.
Como conclusão, esse é o primeiro estudo que realmente demonstra o benefício de ribociclibe pós progressão de algum inibidor de CDK4/6. Porém, ainda é um estudo pequeno e em fase inicial, portanto, no momento, não muda a prática clínica, mas realmente sugere que os estudos que estão por vir serão muito importantes e que possivelmente mostrarão a vantagem de manter inibidor mesmo após a progressão.
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